26/12/2017 - Produtor paulista investe em cultivo de arroz preto e vermelho

engenheiro agrônomo Omar Vieira Villela, de 64 anos, nunca entendeu muito bem por que o brasileiro só come arroz branco agulhinha. Nascido em Aparecida do Norte, cidade paulista em pleno Vale do Paraíba, ele cresceu em uma região tradicional no cultivo de arroz, onde sobravam variedades. “O plantio começou em 1905, mas ganhou impulso a partir de 1927 pelas mãos dos monges trapistas franceses que se instalaram aqui”, conta.

O Vale do Paraíba sempre foi pródigo em produzir grãos extremamente aromáticos, e o arroz vermelho sobressaiu como o tipo mais ligado àquele pedaço de terra. O relevo e o clima do vale são especialmente favoráveis à cultura, já que o caudaloso Rio Paraíba facilita a manutenção dos campos alagados. O Sítio Brejão, que pertence à sua família há três gerações, fica a apenas 200 metros da margem.

Para Omar, a especialização em arroz acabou sendo uma consequência natural. Como pesquisador da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, ele começou, ainda na década de 1990, a conduzir um cuidadoso trabalho de seleção das variedades de arroz do Vale do Paraíba. Mas as novas linhagens ficaram na gaveta por cerca de uma década. Na época, ninguém falava de arroz especial no Brasil.